Quarta-feira, 18 de outubro de 2006.


É hora de contratar os temporários

De olho no maior fluxo de clientes no Natal, comércio não pode esquecer de treinamento na contratação de vendedores


Renata Leite

No período de festas do fim do ano, a corrida às compras se intensifica, fazendo com que os lojistas busquem trabalhadores temporários para suprir esse aumento de demanda. Os funcionários permanecem no estabelecimento por três meses apenas e, por isso, muitas vezes os comerciantes economizam ao investir em seleção e treinamento adequados para essa mão-de-obra, o que pode prejudicar as vendas. A capacitação deve focar o atendimento, pois o fluxo intenso de clientes exige dos vendedores um serviço ao mesmo tempo ágil e com qualidade. Além disso, a falta de experiência é característica marcante da maioria dos trabalhadores temporários, que geralmente são universitários com pretensão de ganhar um dinheiro extra para as férias.

Segundo Antônio Cesar Carvalho de Oliveira, diretor da Acomp Consultoria e Treinamento, vendedores mal treinados priorizam a quantidade à qualidade em busca de maiores comissões, o que pode ser sanado através da oferta de palestras e cursos aos novos funcionários. O consultor destaca ainda a importância de essa capacitação ser realizada separadamente dos trabalhadores contratados, pois existe um conflito de prioridades e interesses entre os dois grupos. "As instruções básicas para os funcionários inexperientes não são necessárias aos efetivos. Além disso, os trabalhadores contratados podem contrapor alguns ensinamentos com situações práticas incompatíveis e desmotivar os novatos", explica Oliveira.

A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) estima um aumento de 6% nas contratações temporárias no comércio brasileiro em relação a 2005, quando cerca de 80 mil novos postos de trabalho foram abertos. Nos meses de novembro e dezembro, as lojas do shopping paulistano Center Norte devem contratar cerca de mil funcionários para atender aos 10 milhões de clientes que devem passar pelo shopping, nos dois últimos meses do ano, em busca de presentes de Natal.

A Mundial Calçados já está em período de seleção de candidatos para as 20 vagas disponíveis na loja, que se dividem entre vendedores, estoquistas e operadores de caixa. "Recebemos currículos na loja e os encaminhamos para o departamento de RH, que realiza entrevistas com os profissionais. Buscamos candidatos com experiência devido à falta de tempo para longos períodos de treinamento", acrescenta Sérgio Eduardo da Silva, gerente da loja do Center Norte. Como a loja não dispõe de muito espaço, as instruções são agilizar o atendimento, permitindo a circulação de um maior número de pessoas no local.

EFETIVAÇÃO. Silva aponta grande chance de efetivação para os profissionais que se destacarem. Eles devem ser reconvocados ao longo do ano de acordo com o surgimento de vagas. "Cerca de 10% farão parte do nosso quadro", afirma. O gerente aconselha ainda que os lojistas tenham atenção com os contratos, para evitar problema com os temporários mais tarde.

Ainda no Center Norte, a M. Officer dobrará o número de vendedores - de 25 para 50. Os contratos prevêem inicio de trabalho em novembro, mas a loja já iniciou o processo de seleção. Já a Yachtsman, especializada em loja masculina, abrirá cinco novas vagas.

O número de trabalhadores temporários para esse período de fim de ano varia bastante em cada loja. A porcentagem de contratações deve basear-se na expectativa em relação ao incremento do fluxo de clientes e não de vendas, segundo o diretor da Acomp Consultoria e Treinamento. Oliveira aconselha aos pequenos lojistas, que muitas vezes não têm controle desse aumento de clientes, a contratação de um funcionário para controlar essa entrada e saída. Assim, no ano seguinte, o comerciante contará com dados corretos para especular a necessidade de trabalhadores temporários.

O tempo de antecedência em relação ao período de festas para as contratações também se mostra relativo a setor cada setor. O consultor aconselha no mínimo um mês de antecipação, para que haja tempo suficiente para a capacitação desses funcionários. "Os shoppings vêm antecipando algumas datas e o comerciante que deixar para cima da hora vai bater de frente com a divulgação dos grandes centros. Por isso, aqueles que se adiantarem conseguirão maior destaque para suas ofertas de vagas", acrescenta.

2 MIL TEMPORÁRIOS. O Barra Shopping está completando 25 anos e prepara diversas ações para comemorar o aniversário, o que deve estimular ainda mais a visita de clientes nesse fim de ano. As apresentações do Cirque de Soleil, cujos ingressos já foram todos vendidos, são o principal atrativo do local. Para dar conta do maior fluxo de clientes, as 570 lojas do shopping devem contratar 2 mil temporários. Os lojistas anunciam suas vagas no site do shopping (www.barrashopping.com.br). Além disso, o empreendimento vai contratar 100 temporário para suprir sua demanda de eventos. "Oferecemos treinamentos simples, segundo a nossa filosofia: em primeiro lugar, o bom atendimento", afirma Yone Beraldo, gerente de marketing do Barra Shopping.

A Fnac, uma das âncoras do maior shopping do Rio, deve aumentar o número de funcionários em 40% até o fim do ano e já está recebendo currículos dos candidatos interessados. Outras lojas que aumentarão o quadro de funcionários para o Natal são a Taco, que contrata em média 15 funcionários e costuma aproveitá-los depois do período, a Mr. Cat, que já está recebendo currículos, e a Sandpiper, cujos candidatos serão avaliados através de uma dinâmica de grupo.

Claudia Simões, dona da loja homônima, acabou de inaugurar mais um estabelecimento e já planeja contratações para este fim de ano. Cerca de 20 vagas devem ser abertas ao todo, nas cinco lojas da marca, para assistente de vendas e, em sua maioria, vendedoras. Assim como as demais lojas, Claudia costuma efetivar os profissionais que se destacam durante o período de festas.

"Muitos jovens de férias e recém-formados nos procuram em busca de um dinheiro extra nesse fim de ano", acrescenta Claudia. Segundo ela, os candidatos selecionados passam por treinamento especializado na linha de presentes da loja, assim como todo o restante da equipe. A aparência é item determinante para a aprovação. "É preciso ter identidade com a marca", explica Claudia.

Especialista alerta para ilegalidades

Nádia Demoliner, especialista em direito do trabalho do escritório Mesquita Barros Advogados, aponta como ilegal a prática comum de lojas receberem currículos de candidatos a vagas temporárias de trabalho. "Lojistas interessados nesse tipo de admissão devem firmar contrato por meio de empresas especializadas em trabalho temporário", afirma a advogada. Além disso, a agência deve garantir salários e direitos iguais aos demais integrantes da equipe, inclusive FGTS, contribuição para o FGTS, férias e décimo terceiro proporcionais ao período trabalhado.

Os contratos devem ter período máximo de três meses, podendo ser prorrogados através de pedido na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) por igual período, com a devida demonstração de necessidade para tal. Nádia recomenda à empresa contratante que fiscalize o cumprimento da lei pela fornecedora de mão-de-obra, pois ela também será responsabilizada, em caso de fraudes. Por isso, é muito importante que haja um contrato por escrito entre o estabelecimento e a agência contratada. "O lojista deve verificar se a empresa é atuante no mercado, se presta serviços para o ramo e se não tem processos por falta de pagamento de salários", explica Nádia.

O consultor Antônio Cesar Carvalho de Oliveira, da Acomp Consultoria e Treinamento, aponta a falta de recursos dos lojistas como a principal causa do não cumprimento dessa lei. Os comerciantes economizam principalmente no momento de seleção e treinamento desses funcionários. Como eles permanecerão apenas por três meses no estabelecimento, não são alvo de muitos investimentos. No entanto, Oliveira aponta avanços nesse sentido à medida que é verificado um aumento na profissionalização do varejo.

 

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