Quarta-feira, 29 de dezembro de 2004



Corte de custos exige avaliação

ESTRATÉGIA - Definir investimento é o desafio para pequenos

VINICIUS NEDER

Sobreviver num mercado cada vez mais concorrido significa eliminar gastos supérfluos, principalmente quando se trata de pequenos empreendimentos. O desafio é atingir esse objetivo sem cometer erros de gestão. Ao contrário do que muitos empresários pensam, nem sempre demitir é a solução. É preciso prever custos corretamente, alocá-los de acordo com os recursos e diferenciá-los dos investimentos.

O empresário Ayrton Fattorelli, proprietário da Supernova, fábrica de pratos congelados com quase dois anos de mercado, busca uma gestão de custos mais realista. "Contratamos um consultor externo. Uma das maiores dificuldades é criar um modelo correto de alocação de custos no orçamento de cada área da empresa", conta Fattorelli, que considera a tarefa difícil mesmo em grandes organizações.

Investimento
Segundo Antônio César Carvalho de Oliveira, diretor da Acomp Consultoria e Treinamento, a maior dificuldade para pequenos empresários é separar corretamente custos supérfluos de investimentos. "Trata-se de uma linha tênue somente identificada com a correta avaliação", comenta Oliveira.

- Às vezes, mais do que corte de custos localizado, é preciso fazer a reengenharia total do negócio - completa Oliveira. A forma de cortar custos sem erros, portanto, varia de acordo com cada segmento e empresa. Fattorelli, da Supernova, lembra que a avaliação correta da linha que separa custos e investimentos é importante nas tomadas de decisão.

Recentemente, conta ele, a empresa precisou escolher entre aumentar ou diminuir a produção. "Acabamos investindo para aumentar a produção e atender a demanda de novos clientes", diz Fattorelli. A gestão focada no corte de custos é necessária, segundo ele, devido às baixas margens de lucro das empresas.

Se a Supernova decidisse diminuir a produção, acabaria demitindo funcionários. Mas a folha de pagamento, ao contrário do que pensam muitos empresários, nem sempre é o melhor alvo. "Demissão não é corte de custos. O empreendedor deve considerar os encargos. Além disso, com menos funcionários produz-se e fatura-se menos", recomenda Fattorelli.

Demissão
O consultor Oliveira considera a demissão de empregados um dos maiores erros na tentativa de cortar custos. "Com exceção de casos específicos, demitir para economizar significa gastar com encargos e perder tempo com treinamento", diz. Investir em cursos ou realocar a mão-de-obra, completa Oliveira, quase sempre são os caminhos mais indicados.

O professor Ruy Quintans, coordenador do MBA de Gestão e Marketing do Ibmec/RJ, concorda que não há uma metodologia de corte de custos que se aplique a todos os negócios. "Antes de cortar, deve-se conhecer os gastos", explica. A partir deste conhecimento, continua o professor, é preciso relacionar os custos com o orçamento, projetando estimativas, inclusive, de inflação.

- Despesas com energia, material de escritório e pequenas reformas são as mais propensas a gastos exagerados - afirma Quintans. Na Slink, confecção de moda fitness com 15 anos de mercado, o controle dos custos inclui gastos com telefone e luz. A previsão é feita para os dois meses seguintes. "Paramos de usar o ar condicionado, por exemplo", diz Patrícia Sombra, sócia da empresa.

Na Supernova, um plano empresa com uma operadora de telefonia celular também permitiu redução de custos. "Hoje, sem pensar muito, poderia cortar os telefones celulares. Porém, preciso fazer contato com meus representantes, que usam celular. Fazendo as ligações do telefone fixo, o custo é maior", exemplifica Fattorelli. O relacionamento com fornecedores também é importante. "Chegamos a ter 30 fornecedores. Hoje, são dez. Conseguimos controlar melhor o estoque e os pedidos, evitando gastos desnecessários", conclui Patrícia.

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